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Músico de Bar: uma ajuda crucial para driblar a crise


Com a crise econômica deflagrada no país, o músico de bar aparece como uma das soluções para incrementar o menu dos comerciantes

(11/01/2017)

A vida boêmia não é mais a mesma. A forte crise financeira que assola o país vem afastando os clientes e obrigando os empresários da gastronomia a buscarem novas receitas para sobreviver em meio à turbulência. Com a inflação e o medo do futuro, as pessoas cortaram o lazer. O jeito foi o comerciante adotar medidas drásticas para equilibrar as contas diante desse cenário indigesto. Enquanto uma parte inventa promoções do tipo paga um e leva dois, agrega itens mais baratos ao menu, reduz o preço da tão cobiçada cerveja, passar a fechar mais cedo, diminui o quadro de funcionários outra parte se concentra na redução de despesas por meio de ações como uso consciente de água, luz e gás, renegociação com fornecedores e organização de equipes mais eficientes. É meus amigos, não está fácil pra ninguém.

Na Bahia, por exemplo, parte dos clientes sumiu e aqueles que ficaram estão gastando 40% a menos. E este é apenas um dos diversos números ruins para o setor. De acordo com um levantamento 25% dos postos de trabalho foram extintos - 4 mil demissões - só no primeiro trimestre do ano passado e houve aumento de 25% no número de extinções de empresas de bares e restaurantes em relação ao mesmo período de 2015. Em todo o estado,  cerca de1.185 estabelecimentos encerraram as atividades também entre janeiro e março de 2016. No Rio de Janeiro a coisa também não é diferente. Nos últimos três meses, reflexos da crise no mercado da gastronomia levaram à lona endereços cariocas com décadas de atividade.

Em tempos de vacas magras é preciso criatividade. Buscar um algo novo e apostar em coisas que motivem o cliente a ter o prazer de consumir. E nesse momento turbulento que passamos o maior aliado para driblar a crise que assola o país é o músico de bar. É nele que os comerciantes devem depositar suas fichas num futuro melhor. É a sobrevivência de sua empresa que está em jogo. Acredito que a hora é a mais propícia para você, empresário do ramo, adotar a música ao vivo como medida crucial, a fim de   animar a programação da Casa e trazer de volta uma clientela ávida por coisas novas.

É bem verdade que para isso acontecer o couvert artístico tem que ser deixado de lado. Sei que muitos clientes torcem o nariz quando vem aquela cobrança, por pessoa, inserida na conta final. Pelo menos por enquanto ela tem que ficar de fora para que não afaste o público que ali está para buscar um entretenimento. De nada adianta querer que a demanda dos clientes aumente se você aumenta a conta da mesa com essas cobranças extras.

Agora, você, músico de bar, se quer ir mais além na profissão, mostrar o seu valor e não ficar no ostracismo precisa também ajudar. Essa não cobrança do couvert tem que partir de você. Atente-se: muitos artistas que hoje aí estão, na crista da onda, começaram a se mostrar para as pessoas, sem ganhar nenhum vintém. Nessa hora o mais importante é mostrar serviço, pois o sucesso vai chegar. É só acreditar. Sei que é difícil trabalhar algumas horas e não ganhar nenhum dinheiro em troca, mas o que está em jogo é sua sobrevivência futura, sua carreira. Nesse momento de tempestade é preciso negociar algo que faça você se manter no cenário. A recompensa vem depois.

Até porque a partir do momento que os bares e restaurantes começarem a fechar as portas, menos oportunidades você terá para se apresentar. As portas precisam ficar abertas, mesmo que seja necessário um sacrifício momentâneo. Dou o maior apoio para que tanto você como os comerciantes cheguem num entendimento e vejam que essa união poderá trazer frutos futuros. Portanto, você,  músico amador, essa é a hora de mostrar seu valor. Visite todos os bares de sua região e faça ver aos comerciantes  que dividir  espaço entre sua música e o menu da Casa é melhor opção para atrair a clientela. E você, dono de bar que está lendo esse artigo. Deixe de lado as implicâncias ou mesquinharias e saia do vermelho abrindo o espaço para esse tipo de profisssional. Lembre-se: quem for menos criativo é quem paga a conta depois.


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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