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O futuro do CD


Apesar dos críticos anunciarem que o CD terá um fim, outros modelos de sobrevivência indicam o contrário

(13/02/2008)

Durante as minhas férias me desliguei totalmente dos acontecimentos do mundo da música nacional. Mas nada que impeça de elaborar a primeira coluna de música de 2008. Embora nesse início de ano os temas estejam escassos, sempre tem alguma coisa pra gente comentar ou observar. Não tenho bola de cristal para prever nada, mas conversando com músicos e de gente que vive de música, um fato levantado à tona merece ser destaque de meus comentários mensais: o futuro do CD. Já tem gente achando que o CD não tem muito tempo de vida e que em breve, assim como o vinil, sairá de linha e dará espaço ao comércio de música online. É bem verdade que a indústria fonográfica não anda bem das pernas, mas na minha humilde opinião ainda é cedo para decretar a morte do CD. Ele ainda tem tudo para existir, pois é um instrumento útil para toda a sociedade, inclusive para os colecionadores.

É fato inevitável que as vendas vão cair nos próximos anos enquanto vai aumentar, cada vez mais, o comércio de música online. Mas há uma distância para sacramentar de vez o fim do disquinho prateado. A possibilidade maior é que ele se relacione com outros tipos de mídia. Apesar das gerações futuras não se interessarem pela compra do CD,  sempre haverá aquele grupo  que vai sentir a nostalgia do tal disquinho. Assim como existe até hoje a geração saudosa do vinil. Por isso, é possível que os discos ainda saiam por um bom tempo também em CD – nem que sejam com tiragens simbólicas, mínimas, para colecionadores.

É muito arriscado tirar um produto popular desses das prateleiras, pois há sempre quem viva do passado e gaste determinado dinheiro por isso. Por pior que seja a crise nas vendas de discos, CDs e DVDs ainda continuam sendo boas opções de presente em época de festas. As lojas de discos, por exemplo, registraram um bom movimento no período natalino - tradicionalmente aquecido para a indústria fonográfica. Essa é a prova mais do que suficiente de que há público ainda para esse tipo de produto e nem todo mundo tem possibilidade de ter contato com o comércio online. Sei que o mundo é globalizado, mas existem as classes menos favorecidas que vivem com determinada renda e não podem dar um pulo maior do que as suas pernas.

A grande verdade nessa história toda é que a indústria, as gravadoras, o atual modelo de se comercializar música já está defasado e parece que não tem como se reverter o quadro. A discussão central dessas pessoas não pode ser centrada se o CD vai morrer ou não. Até por que morrer, sumir, desaparecer totalmente ele não vai. O foco é outro. Para uns ele entrará no ramo de presentes, como flores e chocolates. Para outros, o conceito dele não deve existir mais, mas o artista pode inserir mais produtos dentro deles, como vídeos, entrevistas etc. O CD como principal suporte do mercado sim, parece fadado ao fim.

Recentemente li uma reportagem que tem muito haver com o futuro do CD. Está tendo um movimento aí para se procurar novos formatos que facilite e barateie os preços. Dentre esse formato, o que mais chamou atenção foi o SMD. O Semi Metalic Disc é um tipo de CD com a mesma qualidade que o comum, mas muito mais barato, devido a economia em royaltes e na queima de matéria prima. O SMD custa R$ 1,30 para quem fabrica e R$ 5 na venda para o consumidor final. A qualidade é a mesma de CD, até porque o sistema é o mesmo e toca em qualquer aparelho. Duas diferenças fazem o valor cair. A primeira é que no SMD apenas as faixas gravadas são metalizadas, restando o que não se grava em plástico transparente. No CD tudo é metalizado e se perde o que não foi gravado. Outra vantagem é que o SMD não precisa pagar os Royaltes pela invenção do CD pela Sony, além de pagar impostos muito mais baixos. É, minha gente, o futuro está aí. Quem se habilita para outra idéia?


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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