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o Som?


Mercado fonográfico reage para acabar com a música de graça na Internet

(30/08/2002)

A indústria fonográfica está verdadeiramente em crise e pede socorro. Semana passada as gravadoras imploraram pelo fim da pirataria de música na web. Elas pedem regulamentação e que os consumidores parem de fazer downloads e gravar música de graça, pois a pirataria está estrangulando o setor multibilionário. Os números da federação para 2001 mostraram uma queda de 5% nas vendas. Só pra ter idéia, atualmente as gravadoras faturam a quantia de US$ 33,7 bilhões. Na Alemanha, por exemplo, as vendas de CDs no ano passado foram de US$ 185 milhões, enquanto a cifra para CDs virgens vendidos foi estimada em US$ 182 milhões.

Esse assunto é, sem dúvida, muito polêmico, visto que tem seus prós e seus contras. Se vermos pelo lado econômico, música de graça significa menos música, menos artistas novos, menos escolhas, milhares de empregos menos, isso sem falar na questão da pirataria que iria aumentar consideravelmente. Mas por outro lado, há de convir que os Cds estão muito caros e a população, que sofre com o problema do desemprego, não tem condições de arcar com essas despesas. Despesas essas que tornam a vida mais miserável e difícil para as mais variadas camadas da sociedade.

Os executivos das gravadoras também acreditam que agora existem mais arquivos de música disponíveis na internet do que no auge do sucesso do Napster. Sem dúvida isso ocorre, mas não é sair paralizando os programas de downloads de MP3 que está a saída para acabar com a crise. Muito pelo contrário. Com o advento da Internet, muitos estudiosos, hoje em dia, criam diversos programas capazes de compartilhar arquivos. No meu ponto de vista, esse assunto tem que ser discutido, não só entre as gravadoras, mas também com os maiores responsáveis pelo produto em questão: os artistas.

Por mais que as gravadoras critiquem a música de graça na Internet, muitos artistas não têm a mesma opinião. Alguns acham que a música ajuda a divulgar mais os músicos em questão. Por outro lado, existe uma corrente que acredita para a música continuar a sustentar a vida dos artistas, não poderá mais ser usada sem a permissão deles. Como já falei, é um assunto extremamente delicado e que envolve muito dinheiro em jogo. Para nós, simples consumidores, seria ótimo que as canções de nossos artistas preferidos sejam, colocadas à disposição na Internet. O único empecilho é que se a mentalidade da música de graça prevalecer, as companhias de discos não poderão mais investir até 15% de sua receita na revelação e produção dos artistas de platina do futuro, o que seria uma grande bola fora.

Eu tenho uma opinião formada que a saída para driblar essa crise está na regulamentação. Tem de existir alguma lei que acabe de uma vez por todas com esse impasse, pois não é bom nem para os consumidores e muito menos para os músicos. Mas esse assunto veio apenas mostrar que as Gravadoras são as maiores culpadas por essa situação. A música de graça na grande Rede pode desencadear a pirataria, o que seria um verdadeiro esculacho. Mas por outro lado isto servirá para que as gravadoras se toquem de que os preços dos Cd`s está muito alto. Vamos acordar empresários, pois a saída pode estar aí. Mais uma vez o dinheiro vai ser o fiel da balança!


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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