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Um exemplo

a ser seguido


Professora de Brasília usa a música para integrar dos deficientes auditivos à sociedade

(15/11/2002)

Na coluna de hoje vou deixar de lado minha metralhadora giratória em relação ao que vem empobrecendo a música brasileira por uma boa causa que deveria ser seguida, principalmente, pelos que dominam esse mercado e só pensam no poder. Trata-se de um projeto inovador que visa a integração de deficientes auditivos na sociedade através da música. Não é o máximo ? Pois é, pessoal. São movimentos como esse que os artistas deveriam se engajar em prol daqueles que por, obra do destino, são diferentes dos que esbanjam saúde.

A autora desse projeto é a professora e fonoaudióloga brasiliense Ana Lúcia da Silveira Soares, 27 anos. Ela coordena há 7 anos esse projeto educacional que integra banda e aulas de percussão para deficientes auditivos. Desde agosto de 1995, o Surdodum tem por objetivo proporcionar aos alunos da SEEDF (Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal), com deficiência auditiva de todos os graus e tipos, a participação em uma banda de percussão, ou seja, oferecer a integração musical através de um processo pedagógico- sócio- cultural. O Surdodum é desenvolvino no CIEE (Centro Interado de Ensino Especial)e é composto por vinte alunos, todos portadores de deficiência auditiva.   É dividido em grupos de dança, vocal e percussão. Conta ainda, com a participação voluntária de quatro músicos ouvintes: Alexandre Gregório (contrabaixista), Arnaldo Barros(guitarrista), Augusto Souza (tecladista) e Reinaldo Braz (percussionista) .

No Projeto não há casos de reprovação. A cobrança positiva do estudo acadêmico, bem como a elevação da auto-estima, estimula os alunos, a cada vez mais, conquistarem um futuro melhor e mais consciente. Eles têm quatro alunos que concluíram o 2º grau, sendo que dois já estão no ensino superior.  Além disso, há três alunos concursados que são funcionários públicos do GDF (Governo do Distrito Federal). O projeto ascendeu muito desde a sua fundação. Só pra ter idéia, a banda Surdodum gravou um CD de demonstração e fez mais de 300 apresentações em escolas, eventos e programas de televisão sempre executando repertório de MPB.

E o objetivo deles é ampliar cada vez mais este projeto a fim de beneficiar outras faixas etárias. A idéia, assim que tiverem infra-estrutura, é criarem o Projeto Surdodunzinho (atendimento a surdos com idade entre 8 e 12 anos, com ênfase na estimulação rítmica para a fala) e o Projeto Work Shop Surdodum (os próprios alunos transmitirão os conteúdos aprendidos no Surdodum à outras comunidades).

Ana Lúcia me contou que através dessa humilde contribuição sonha tornar notória a ruptura de obstáculos destes deficientes, muitas vezes, subestimados por suas limitações e assim tentar moldar a posição errônea da sociedade, incitando a execução de outros projetos direcionados à PORTADORES DE NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS. Temos que bater palmas pra essa guerreira, que, inclusive, foi uma das 15 finalistas, entre mais de 250 projetos, do Prêmio Cláudia, que premia anualmente uma mulher de destaque na sociedade. Parabéns Ana e conte comigo para o que der e vier. Só espero que empresários, políticos e até mesmo cantores apareçam por lá pra darem uma força. Qualquer contribuição será bem vinda, pois o que está em jogo é o futuro desses rapazes e crianças que sofrem com problemas de audição.

OBS: Se você quer saber mais sobre esse projeto e contribuir para seu aprimoramento o endreço na web é: http://www.surdodum.hpg.com.br


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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