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MP3: o futuro da música


Números provam que a música digital vem para determinar um novo modelo no mercado

(16/03/2007)

Desde que a Internet se consolidou um dos temas que mais toma conta da Grande Rede até os dias de hoje é a música digital. Mais precisamente do do download de músicas MP3, seja ele gratuito, pago ou ilegal. Muito já se foi falado e escrito sobre esse assunto, porém a cada dia que passa o futuro da música MP3 vem se delineando e causando uma verdadeira queda de braços. De um lado as editoras que se sentem prejudicadas e do outro os consumidores que querem aceder ao maior número de músicas possível sem terem que desembolsar quantias exageradas. E no meio deles, os músicos (divididos entre os que concodam e discordam com o download gratuito/ilegal) e aqueles que possibilitavam aos consumidores descarregar canções atrás de canções a preços simbólicos ou a custo zero. Nessa luta de gigantes, uma coisa vem tomando uma proporção notória: o futuro da música passará, sim, pelo download e com grandes chances dele ser gratuito.

Os números não mentem. A música digital movimentou mundialmente 2 bilhões de dólares em 2006, o dobro do registrado no ano anterior. Pode parecer pouco, devido à riqueza do setor, mas já é um grande caminho percorrido. No Brasil, o mercado nacional de CDs encolheu 12,5% em faturamento e 21,7% em unidades vendidas em 2005. Sabe-se que a tendência de queda prosseguiu em 2006, quando provavelmente menos de 40 milhões de CDs foram vendidos no país. Esses dados comprovam que a música MP3 muito provavelmente é um formato que veio para juntar-se de vez ao antigos LP, o K7 e atualmente ao CD e DVD, como uma mídia popular de distribuição.

Isto nos leva a colocar uma outra questão crucial: qual será o futuro das editoras? As gravadoras brasileiras, por exemplo, não conseguem entrar na era da internet e correm o risco de se tornar irrelevantes para sempre. É bem provável que o músico passe a ser o grande beneficiado em termos de dividendos da sua criação. Ou seja, necessitará apenas de instrumentos e material áudio para gravar canções. Um engenheiro de som e um produtor caso achem necessário. E a internet para divulgarem o seu “produto” musical. Para driblar essa crise, penso que a partir do momento em que as vendas de downloads dominarem os custos de manufatura e distribuição vão cair para quase zero. Com isso as gravadoras terão que correr atrás ou para intensificar seus serviços de marketing para usar a música como gancho para turnês e venda de produtos ligados à música ou focar apenas nas estrelas a nível internacional.

Um fato bom nisso tudo é a maior visibilidade que os novos talentos terão para difundir seus projetos. Até porque músicos de renome vão se mesclar aos jovens artistas e ambos terão que andar de mãos dadas. É interessante essa visão para percebermos que com o passar dos tempos, nós, apreciadores da boa música, poderemos vislumbrar novos horizontes, novas tecnologias, novos modelos, novas tendências. Na música, nada é eterno também.


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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