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A pobreza musical
de momento


Roqueiro Marcelo Nova critica a pobreza musical de momento e abre mais uma polêmica no mercado

(21/02/2005)

Abro minha coluna de hoje falando de mais uma polêmica no meio musical. Polêmica essa criada pelo roqueiro e ex-líder da lendária banda Camisa de Vênus, Marcelo Nova, no finalzinho de janeiro durante o Festival de Verão, em Salvador. Entre outras farpas digiridas à Bahia e a música baiana (tema de nossa próxima coluna devido ao fato da axé musica estar completando 20 anos), o eterno parceiro ilustre de Raul Seixas, detonou a probreza do que é produzido no momento. De acordo com Marcelo Nova, a falta de brilho da atual geração de bandas tampouco contribui para o cenário musical atual caracterizando uma grande pobreza lírica. "Olho para um lado, olho pro outro, e é uma falta de qualidade nas letras. Surgiu uma geração que não lê nada, que não adquiriu o hábito da leitura", diz o músico.

Os negócios, para Nova, também tomaram conta do atual cenário do mercado fonográfico de maneira que não há segundas chances e espaço para o desenvolvimento de carreiras musicais. "Se não acertar no primeiro disco, não tem segundo. E o pior é que o acerto é visto pelo viés estritamente comercial", afirma. Porém, ainda encontrou tempo para elogios para uma minoria. Segundo ele, Charlie Brown Jr., cujo "Acústico" o cantor do Camisa de Vênus fez participação especial é o que se salva nessa safra. "Descobri em Chorão uma pessoal maravilhosa, muito generosa, alguém que pensei que eu não encontraria no mundo do rock. Não sei se é bom ou ruim, mas eles me parecem autênticos, no sentido de eles terem criado sua própria sonoridade. Tem dezenas de bandas copiando o som deles". diz ele. Depois, faz um esforço para se lembrar de outros nomes e cita os gaúchos do Walverdes como nome que lhe chamou a atenção.

Bom, esses foram os principais pontos que indentifiquei nas entrevistas dadas à Folha de São Paulo e ao Globo.com e que servirão para uma análise direta, sincera e sem rodeios. Vamos lá ! O que acontece nisso tudo é que ninguém teve peito até hoje para chegar em público e dizer tantas verdades. Nós críticos musicais até falamos, escrevemos, porém o peso da nossa opinião não tem tanta força como o pensamento de um profissional que já tá no meio e tem uma história definida. Marcelo Nova pode desagradar a gregos e a troinanos, mas no que diz respeito a pobreza musical e ao fato do mercado não dar uma segunda chance, ele acertou em cheio.

Não é de hoje que venho reclamando em minhas colunas da falta de qualidade do que é mostrado no mercado. Existem bandas, artistas que contrastam com os tempos áureos da música nacional. E outros que tem até um certo talento, porém são moldados pelo mercado a produzir aquilo que lhes interessa financeiramente. E o resultado disso é justamente a pobreza cultural e de valores. Não vou repetir minhas opiniões sobre esse tema em especial, pois já estou cansado de bater nessa tecla e pode parecer que sou contra a música brasileira, mas muito pelo contrário. Amo a Cultura musical de meu país, mas como brasileiro e formador de opinião tenho direito também de expressar o que me incomoda.

Outra coisa coisa que Marcelo Nova citou, temos que parar pra pensar e ver que caminhos tomar, principalmente os novos talentos da música nacional que estão começando agora. O roqueiro foi muito feliz ao afirmar que não existe segunda chance no mercado hoje em dia para quem quer desenvolver uma carreira musical. Se você quer entrar nesse mercado e der um passo errado, dificilmente as portas vão se abrir novamente. É matar ou morrer, senão ficará num eterno ostracismo e só voltará à tona se alguma alma boa desse mundo der uma ``mãozinha``. Lamentável, isso tudo né? Mas é assim que a ``banda tóca``. E o chumbo grosso de Marcelo Nova não acabou não. Sobrou até pra Axé Music ! Aguardem...


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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