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O excesso de CDs e
DVDs Ao Vivo


Regras do mercado obrigam artistas a encher as prateleiras com projetos Ao Vivo

(25/07/2007)

Desde que comecei a escrever colunas no MVHP cansei de dizer que os artistas de hoje precisavam diversificar e criar coisas novas para os seus respectivos públicos. Mas parece que vou ter que bater nessa tecla novamente. Digo isso, pois há bastante tempo venho notando um excesso demasiado de CDs e DVDs ao vivo. Não que essas obras sejam ruins. Muito pelo contrário. Porém, elas não acrescentam muita coisa ao mercado. Cada vez mais os registros ao vivo têm se tornando uma constante no mundo da música. É muito registro de show no mercado e se os artistas não abrirem o olho vão se acomodar, cair numa mesmice e prejudicarem bastante suas carreiras. Até porque o público quer ver novidades. Do que adianta uma pessoa gastar o dinheiro suado para adquirir obras seguidas ao vivo e com regravações já produzidas em álbuns anteriores ?

A coisa tá ficando crônica mesmo. A todo momento vejo um artista ou banda lançar um CD ou DVD ao vivo. Tem artista que mal se lançou no mercado e já parte para um projeto ao vivo. Por isso que digo que isso pode trazer consequências ruins para a carreira desse profissional. Me lembro que nos anos 90, quando começou a onda dos ``Ao ViVo``, algumas bandas que estouraram naquela época com esse projeto, simplesmente desapareceram do mercado. Não que não estejam mais trabalhando, mas estão apagados, fora da mídia. A mesma mídia que colocou eles no pedestal por conta de um trabalho de momento.

O problema é que isso está se tornando uma moda e o que é pior: já tem artista que quando está mal das pernas, parte pra um projeto ao vivo com releituras da carreira a fim de ficar em evidência no mercado. Uma coisa é um grupo de mais de 30 anos de carreira se reunir e fazer um trabalho Ao Vivo para comemorar essa marca histórica ou um artista que quase não faz shows e tem a vontade de registrar um espetáculo em DVD. Outra coisa é outro artista ficar alternando CD de estúdio com CD ao vivo. Na verdade isso vai tornando o consumidor - mesmo que ele seja muito fã do cantor - enjoado e sem tesão para adquirir esse tipo de produto.

Mas a grande culpada de toda essa situação não é o artista em si, mas sim o mercado, que há bastante tempo já vem se destruindo sozinho. Não adianta a gente tampar o sol com a peneira e fingir que está tudo bem. A pirataria aliada a grande facilidade em se conseguir as músicas e também ao fato dos preços dos CDs e DVDs estarem bastante elevados faz com que o mercado crie automaticamente essas regras. Só que estas regras estão equivocadas e ajudam a enfraquecer ainda mais este setor. Essa situação realmente é uma bola fora e todos perdem com isso: artista, consumidor e gravadoras. É a música fora de tom...


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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