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Sony e BMG: Uma fusão bem pensada


Fusão da Sony com a BMG pode atrair mais investimentos e driblar a pirataria

(05/11/2003)

Recebo diariamente muitas notícias ligadas ao mundo da música em minha caixa-postal eletrônica e dentre essas que me foram enviadas essa semana, uma me chamou atenção em especial: a fusão da Sony e da BMG, duas grandes gravadoras do mercado fonográfico. Certamente essa é mais uma, das saídas, para as Gigantes da Música driblarem a crise imposta pela pirataria. Hoje, mais de 70% do mercado está corroído de materiais piratas que devoraram muitas Gravadoras importantes e fizeram com que grandes artistas ficassem no ostracismo, sem chance de mostrarem novos trabalhos a seu público fiel.

De qualquer forma, essa joint venture que Sony e BMG anunciaram esta semana, resultará na segunda maior empresa fonográfica do mundo, perdendo apenas para a Universal Music. A união vai se chamar Sony BMG. As duas gravadoras assinaram uma carta de intenções, que deverá levar a um contrato definitivo em dois meses. O grupo alemão Bertelsmann - controlador da BMG - e a Sony terão participação de 50% na nova empresa. O negócio ainda terá de ser analisado pelas autoridades de concorrência de Washington e Bruxelas, mas, de acordo com executivos do setor, não é dado como certo.

Com a parceria, a Sony BMG vai reunir artistas como Michael Jackson, Britney Spears e Pink em uma única gravadora. Já imaginou ? Dessa forma, as duas esperam enfrentar a Universal Music, com 25,9% do mercado. A Sony BMG deverá ter 25,1% de participação. Essa medida visa, sem dúvida nenhuma, a redução de custos e garantia de produtos mais competitivos para impedir que os clientes prefiram copiar músicas da internet para depois passá-las para o CD ou, então, comprar produtos piratas. Pra você ter uma idéia, a BMG teve prejuízo de 117 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. A Sony Music também estimou perdas operacionais de US$ 50 milhões nos seis meses encerrados em setembro.

Vamos torcer pra que outras Multinacionais se mobilizem em prol do mercado fonográfico e que consigam reverter esse quadro de incerteza. Mas torço também para que eles se reúnam a fim de discutir os preços dos Cds que estão muito caros. Se a pirataria chegou a esse ponto, o culpado não é o público que compra, mas sim os donos de Gravadoras que insistem cobrar por um único Cd, mais de 20 reais. Chegamos a um ponto em que, ou pensa menos nos lucros ou todos, seja músicos, seja empresários, seja indústria, serão engolidos pela pirataria.


Marcus Vinicius Jacobson

Jornalista e diretor do MVHP - Portal de Cifras
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