ENTREVISTA ESPECIAL :  PR.5


Uma evolução do RPM

Banda criada por Paulo Ricardo apresenta uma nova proposta de sonoridade e já vem colhendo os frutos


PR.5: uma mistura perfeita

Para quem achava que Paulo Ricardo, após o término do RPM, voltaria a tentar carreira solo e com outro estilo de música pode comemorar: o eterno vocalista que marcou a geração dos anos 80 com suas interpretações sólidas reaparece na cena musical com um novo projeto, uma sonoridade original, que em sua visão nada mais é do que a evolução de sua antiga banda. O PR.5, liderado por Paulo Ricardo e que traz ainda seu antigo colega P.A. na bateria, promete sacudir as estruturas do rock nacional com um novo conceito de som. Para isso, foram escolhidos os melhores profissionais para participarem desse trabalho. Além de Paulo e P.A, o grupo se completa com Paulinho Pessoa e Jacques Molina (ex-Defalla) na guitarra, Juninho na percussão e Yann Lao (ex-Metrô) nos teclados.

O primeiro fruto do surgimento do grupo PR.5 é o CD independente Zum Zum, que aponta os novos rumos de Paulo Ricardo. O trabalho mostra uma mistura envolvente de som. Traz muitos elementos da música eletrônica, pegada pop rock, melodias pop, ritmos brasileiros percussão, tudo bem amarrado sem deixar furos. O primeiro single de Zum Zum foi “Música Comercial” e sintetiza bem o que é esse trabalho. Baixo e bateria dão o tom aqui, aliados à percussão, e com teclado e guitarra apenas escorando tudo. Na tentativa de soar mais moderno que o som, o ex-líder do RPM coloca muitas palavras do vocabulário "internético" como “iTune”, “MP3”, “download”, “baixar”, entre outras.

Paulo conseguiu, com bastante êxito, explorar, em algumas canções, sobre a crise atual e a culpa católica do brasileiro de fazer sucesso, ganhar dinheiro e perceber a música comercial como algo pejorativo. Isso tudo foi feito de uma maneira rock'n'roll, irônica e desencanada e promete ser um ingrediente a mais pra apimentar essa nova proposta sonora do mercado. Esse conceito aparece principalmente em canções como “Crédito” e “King of the Marketing” (com participação do publicitário Washington Olivetto) que, apesar do nome, tem letra em português. Outros pontos altos do CD são “Miss Ness” e “Zum Zum”. As duas ajudam a dar a cara ao conceito perseguido pela banda. A primeira é uma inédita de Jorge Benjor com todos os elementos malemolentes que uma música dele pode ter. Já a trilha que dá nome ao disco (composta por Kao Rosman) é um tema de roda de capoeira e que mistura berimbau com programação eletrônica, guitarra e bateria.

Muitas coisas novas o público vai encontrar nesse novo trabalho de Paulo Ricardo e Cia, que foi lançado pelo próprio selo da banda, o Bola 8. Quem era fã do RPM vai estranhar um pouquinho, pois o estilo de som é bem diversificado e com uma mistura bem grande de elementos. Mas pela bagagem de todos os integrantes, a maioria aposta que o PR.5 não veio pra ser mais uma bandinha qualquer. Veio sim somar e alçar vôos altos dentro desse mercado cada vez mais concorrido.

E para comprovar essa nova fase e falar mais sobre o PR.5 estivemos com ele que é a pessoa mais indicada para explanar sobre esse assunto. Isso mesmo, Dom Paulo Ricardo! Confira a entrevista na íntegra !

Site:

http://www.bandaprponto5.com.br

Marcus Vinicius Jacobson

Reportagem

Entrevista publicada no dia 11/11/2004

1) O que diferencia o PR.5 do trabalho que era feito no RPM ?

Eu diria que o PR.5 é uma evolução do RPM. Continuamos com o mesmo peso, com letras que vão do universo pessoal ao político e com ênfase na melodia. Mas também incorporamos elementos de música eletrônica, como Drum'n'bass e o hip hop. Além de um olhar mais profundo sobre a Música Popular Brasileira.

2) O RPM agora é passado, mas existe alguma mágoa com seus antigos companheiros que não aceitaram os novos elementos musicais que você queria introduzir no grupo ?

Não. Desejo a eles boa sorte na nova empreitada, afinal fizemos muita coisa boa juntos.

3) Fale pra gente sobre esse trabalho recém lançado intitulado Zum Zum.

Zum Zum é o trabalho de estréia de uma nova banda. PR.5, formado por mim e pelo P.A. (ex-RPM), Juninho e Paulinho (Sonic Jr), Yann Lao (ex- Metro) e Jax Molina (ex-De Falla) e como disse antes, faz uma mistura de pop rock, musica eletrônica e música brasileira.

A sintonia com os novos parceiros é muito boa


Paulo em frente ao teatro Municipal na Praça Ramos de Azevedo centro de São Paulo gravando um clip com o grupo


4) Foi difícil você reunir uma galera que pensasse igual em relação a sonoridade pra montar o PR.5 ?

Não tive intenção, a princípio, de começar uma nova banda. Apenas convidei a galera do Sonic para me ajudar a co-produzir o que seria o novo disco do RPM. Mas na medida em que os outros nao se identificaram com a minha proposta, incorporei os dois ao projeto e fechei a escalação c/ o Yann e o Jax. Assim nascia o PR.5.

5) Como você lida com esse assunto de música comercial ?

Com a maior tranquilidade. Adoro uma boa música comercial e não tenho o menor problema com isso. Gosto de atingir o maior número de pessoas possivel.

6) A sonoridade do disco vai por um caminho bem pop e mistura vários elementos do rock, MPB e música eletrônica. Você acredita que esse trabalho manterá uma constância ou pode vir a ser introduzido outros elementos ?

O mundo esta em constante mutação. Mas o que eu sinto é uma tendência de consolidação da sonoridade do Zum Zum.

7) O disco foi lançado pelo selo da banda, o Bola 8. Você acredita que isso pode dar mais liberdade e autonomia a esse trabalho ?

Foi exatamente por isso que decidimos lancar o disco pelo nosso selo. Da muito mais trabalho, mas também muito mais prazer.

8) Como você está vendo o mercado musical brasileiro ?

Com otimismo. O Brasil eh uma país muito musical.

9) Quais os próximos planos do PR.5 ?

No final do mês de outubro lançaremos o Clip Crédito e embarcaremos para uma turnê nos EUA. Quando nos apresentaremos em NY, Miami e Boston.

10) Deixe uma mensagem final para todos os fãs da banda e para os que estão conhecendo vocês aos poucos.

Obrigado pelo força durante todo esse tempo. Mas aguardem que o melhor ainda está para vir.

O grupo dando seu toque final

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