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Retirada
Tom: Cm
Intro: (F Dm G Dm F Dm G Dm G Dm C Am)
             F
Vai pela estrada enluarada
        G          F
Tanta gente a retirar
                  Dm
Levando só necessidade
    G             Dm  C Am
Saudades do seu lugar
Am
Esse povo muito longe
                      Am Fm Cm Fm
Sem trabalho, vem prá cá
 Cm                Fm Cm
Vai na estrada enluarada
 Fm      Cm   Fm   Cm
Tanta gente a retirar
         Fm     Cm
Um ano para a cidade
       F           Cm Bb Cm
Sem vontade de chegar
F
Passa dia, passa tempo
        G          F
Passa o mundo devagar
                       Dm
Lembrança passa com o vento
  G              Dm C Am
Pedindo não retirar
Am
Tudo passa nesse mundo
                      Cm Fm Cm Fm
Só não passa o sofrimento
Cm             Fm Cm
Na estrada enluarada
Fm       Cm    Fm  Cm
Tanta gente a retirar
               Fm
Sem saber que mais adiante
       F            Cm Bb Cm
Um retirante vai ficar
F
Se eu tivesse algum querer
        G           F
Nesse mundo de ilusão
                     Dm         G          Dm C Am
Não deixava que a saudade associada com penar
 Am                                      Cm Fm Cm Fm
Vivesse pelas estradas do sofrer a mendigar
Cm                 Fm   Cm
Vai pela estrada enluarada
  Fm    Cm     Fm  Cm
Tanta gente a retirar
            Fm         Cm
Levando nos ombros a cruz
      F             Cm Bb Cm
Que Jesus deixou ficar
F
Eu não canto por saber
      G            F
Nem tanto por reclamar
                      Dm
Tenho minha vida de labuta
            G            Dm C Am
Canto o prazer, canto a dor
Am
Que às vezes até labuto
                          Cm Fm Cm Fm
O que Deus do céu não mandou
 Cm               Fm    Cm
Vai pela estrada enluarada
  Cm    Am    Fm  Cm
Tanta gente a retirar
              Fm      Cm
Passando com traça e vento
    F           Cm (Bb Cm)
Bebendo fel e luar
Clariô 
Tom: D
         Ai clariô, ai clariá 
         é a claridade   /  da barra do dia   /   que vai chegá 
( D    A) 
         Ai clariô, ai ai clariô       2X 
( D    A) 
         Purriba do lagêdo o luá chegô 
         ja cá na Cabicêra a função pispiô 
         amiã cedo a lua já entrô 
         eu vô passá a noite intêra 
         cantano clariô 
 (G  F) 
         E eu qui vim só 
  (Dm    Am ) 
         só pra vê meu amô 
   C 
         sei que vô ficá só 
 ( D A )
         pois ela num chegô 
  
(D  A) 
         Ai clariô, ai ai clariô 
( D    A) 
         As baronêsa já abriu as fulô 
         nos catre e nas marquêsa as figura sentô 
         a pé de bode abriu asa e cantô 

 

         nas baxa e nas verêda seu canto raiô 
         ( G  F ) 
         E eu qui vim só 
  (Dm    Am ) 
         só pra vê meu amô 
   C 
         sei que vô ficá só 
  (D A )
         pois ela num chegô 
(D  A) 
         Ai clariô, ai ai clariô 
   
Cantiga do Boi Incantado 
Tom: A
 A 
Ê Ê Ê Ê Ê Ê ... boi incantado e aruá 
 B 
Ê boi quem havera de pegá 
 ( B  A  B ) 
Na mia vida de vaquêro vagabundo 
 ( E  A   B ) 
já nem dô conta dos pirigo qui infrentei 
 ( E   A   B  )
apois aqui das nação de gado qui ai no mundo 
(   E  A B ) 
num tem um só boi qui num peguei 
 Ê Ê Ê Ê Ê Ê ... boi incantado e aruá... 
               (    B  A  B ) 
                Eu vim de longe, bem pra lá daquela serra 
                    ( E  A   B) 
                qui fica adonde as vista num pode alcançar 
                      (A )
                ricumendado dos vaquêro de mia terra 
                     ( E  A  B )
                pra nessas banda eles nóis representar 
                            (A) 
                alas qui viemo in dois eu e mais Ventania 
                        (E  A    B) 
                o mais famado dos cavalo do lugá 
(estrofes abaixo, iguais à 2a) 
                Meu sabaruno rei do largo e do grotão 
                vê si num isquece da premessa qui nóis feiz 
                naquela quadra de terra, laço e moirão 
                na luz da tarde os olhos dela e meu cantá 
                a mais bunita de brumado ao pancadão 
                juremo a ela viu ti pegá boi aruá 
                Ê Ê Ê Ê ... boi incantado e aruá... 
                De indubrasil nerol' xuite guadimá 
                moura junquêro pintado nuve e alvação 
                junquêro giz pé duro landrêis malabá 
                pintado laranjo rajado lubião 
                boi de gabarro banana môcho armado 
                de curralêro ao levantado barbatão 
                De todos boi qui ai no mundo já peguei 
                afóra lá ele qui tem parte cum cão 
                o tal boi bufa cum este nunca labutei 
                e o incantado qui distinemo a pegá 
                Pra nóis levá pras terra daquela donzela 
                juremo a ela viu te levá boi aruá (bis) 
                Ê Ê Ê Ê Ê Ê ... boi incantado e aruá... 
   

 

Curvas do Rio
Tom: B
Intro:(B  C# G#m)
  (B   C#   G#m ) 
Vô corrê trecho / Vô percurá u'a terra preu pudê trabaiá 
 ( B    C#  D#m )
Pra vê se dêxo / essa minha pobre terra véia discansá 
 (G#m    C#  G#m ) 
Foi na Monarca / a primeira dirrubada 
( D#m   C#  D#m )
Dêrna d'intão / é sol e fogo é tái d'inxada 
  
 (B C# B  C#   G#m  F# ) 
Me ispera, assunta bem / inté a boca das água qui vem 
( G#m        F#    G#m B  F#    G#m  B F# G#m)           (B  F# G#m) 
Num chora, conforma muié / eu volto se assim deus quisé 
  
  ( B   C#   G#m )
Tá um aperto / mais qui tempão de Deus no sertão catinguêro 
 ( B     C#   D#m ) 
Vô dea um fora / só dano um pulo agora in Son Palo Triâng' Minêro 
( G#m   C#  G#m )
É duro moço / esse mosquêro na cozinha 
( D#m   C#  D#m ) 
A corda pura / e a cuia sem um grão de farinha 
  
       ( B       C#      B   C#   G#m  F# ) 
A bença, afiloteus / te dêxo intregue nas guarda de Deus 
   ( G#m     F#   G#m         B  F#    G#m  B F# G#m )  (B  F# G#m) 
Nocênça, ai sôdade viu / Pai volta prás curva do rio 
  
 ( B    C#   G#m  )
Ah mais cê veja / num me resta mais creto prac um furnecimento 
 ( B    C#   D#m ) 
Só eu caino / nas mãos do véi Brolino mêrmo a deis pur cento 
 ( G#m  C#  G#m  )
É duro moço / retirá prum trecho alei 
( D#m   C#  D#m ) 
C'ua pele no osso e as alma nos bolso do véi 
  
 ( B C# B  C#   G#m  F# )
Me ispera, assunta viu / sô imbuzêro nas bêra do rio 
 ( G#m        F#      G#m B  F#         G#m ) 
Conforma, num chora mulé / eu volto se assim Deus quisé 
( G#m        F#       G#m B  F# G#m    B F# G#m)       (B  F# G#m) 
Num dêxa o rancho vazio / eu volto prás curva do rio 
 
Dassanta
Tom :D
         (D  A ) 
Mais o pió qui era sua buniteza 
 ( Bm  F#m ) 
virõ u'a besta fera naquelas redondeza 
( Bm   F#m ) 
in todas brincadéra adonde ela chegava 
 ( Bm   F#m ) 
as mulé dancadêra assombrada ficava 
( D    Bm  )
já pois dela nas féra os cantadô dizia 
  ( D  )
qui a dô e as aligria na sombra dela andava 
  (E  A       Bm F#m     Bm  F#m ) 
e adonde ela tivesse a véa da foice istava / a véa da foice istava 
  
       (D   A) 
In todas as brincadéra adonde ela ia 
    (Bm   F#m ) 
iantes dela chegava na frente as aligria 
 (Bm   F#m ) 
dispois só se uvia era o trincá dos ferro 
 (Bm   F#m) 
as mãe soltano uns berro chorano mal dizia 
 (D   Bm ) 
e triste no ôtro dia era só chôro e intêrro, 
  (D   E       A  Bm    F#m ) 
chôro e intêrro, chôro e intêrro / chôro e intêrro, chôro e intêrro 
(A  G#  F#m) 
 (D   A ) 
Dassanta era bunita qui inté fazia horrô 
   (E       Bm F#m ) 
no sertão prú via dela muito sangue derramô 
 (  Bm  D  A ) 
conta os antigos quela dispois da morte virô 
  ( Bm ) 
passú das asa 'marela jaçanã pomba fulô 
 (D   E  A  F#m ) 
fulô rôxa do Panela só lá tem essa fulô 
(D       Bm       D      E  D     A      E )      Bm 
dispois da morte virô pássu japiassoca assú... 
  
  
História de Vaqueiros
Tom: D
       (D    A  Em ) 
Mais foi tanto dos vaquêro qui rénô no meu sertão 
     (D ) 
qui cantano um dia intêro num menajo todos não 
 (D    A  Em )
João Silva do Ri-das-Conta Antenoro do Gavião 
    ( D )
Bragadá lá das Treis Ponta Tiquiano do Rumão 
(Em       D )    (Em    Bm) 
ranca tôco ribadêro matadô de lubião 
turuna qui laça frechêro nos iscuro pelas mão 
      (  A ) 
mermo cantano um dia intêro num menajo todos não 
 ( D       A   D ) 
Certa feita vô contá só um feito desse vaquêro 
    ( A  Bm  )
foi chamado pra pegá um levantado marruêro 
 ( G   D   A )
Morada Velha do Olivêra Lagoa do Pancadão 
 ( Bm   A  A/C  E ) 
Tiquiano foi só cum a pitéra a Ri-de-Conta e sem gibão 
(  Dm Am   Dm   Am )
méa noite e lua e um quilarão 
 ( D    A  D ) 
Pontô o bicho na bibida vino do fundo da mata 
     ( A  Bm ) 
na lagoa de pureza feito u'a bacia de prata 
( G   D   A ) 
qui buniteza nessa hora só lamento nun tá lá 
  ( Bm  A  A/C  E ) 
e sem mais demora Tiquiano gritô: vem bichão vem cá! 
    (  Dm         Am   Dm   Am ) 
riscô um tufão feito um raiá 
 ( D    A  D ) 
Já cum bicho bem pegado ma ponta do pau-de-ferro 
      ( A  Bm ) 
pelos mistero da hora in qui num pode havê êrro 
 ( G   D   A ) 
o incapetado lubisomi 'stremeceu soltô truvão 
  (Bm  A   A/C  E ) 
já tava intregano ao bicho home as alma nas palma das mão 
   (Dm         Am   Dm   Am       G  Dm G Dm ) 
faca na venta e sangue no chão e a lua oumenta o quilarão 
   (Dm         Am   Dm   Am ) 
faca na venta e boi no chão 
       REFRÃO 
( D     A  D ) 
As Guariba é um cruzamento in toda tarde de dumingo 
         (  A        Bm )
hai um grande ajuntamento de muita gente e malungo 
( G   D    A) 
moça bunita perdedéra Bragadá sua perdição 
 ( Bm  A  A/C  E ) 
boi das arma branca cara preta catravo de pé e mão 
   (Dm      Am      Dm       Am G     Dm G Dm ) 
fera sturrano cavava o chão surucucú de dois ferrão 
  ( Dm         Am   Dm   Am ) 
malvado e brabo pegô Juão 
 ( D   A   D ) 
Derna o tempo de minino fazia pur brincadêra 
             ( A        Bm ) 
pegá bicho remeteno de mão pilunga ô pitêra 
 ( G    D  A ) 
dentra da venda in descursão entrô os vaquêro de lá 
  ( Bm  A  A/C  E ) 
pruns olhos bunito cum ferrão pulô a cerca Bragadá 
   ( Dm      Am      Dm       Am G     Dm G Dm ) 
a noite intéra bebeu dançô na brincadêra no Tomba virô 
 (  Dm      Am      Dm       Am ) 
moça bunita laço de amô 
  (  D        A   D )
Pelo triz de um momento da peleja in certa altura 
             ( A         Bm ) 
viu nos olhos da morena ispelhada u'a mancha iscura 
   ( G        D     A ) 
faca na venta o boi morreno Bragadá caiu no chão 
  ( Bm  A    A/C   E ) 
cum o vazí rasgado 'stremeceno parava o saingue c'as mão 
( Dm      Am      Dm       Am      G     Dm  G Dm )
amô nun sei pru modi quê facilitei olhei você 
( Dm      Am      Dm       Am G       Dm G Dm  )
foi pur teus olhos pur a fulô pegava o boi boi me pegô 
 (Dm      Am      Dm       Am        Dm     Am      Dm       Am ) 
é dura a sorte do pegadô morrê da morte   chifrada amô 
REFRÃO 
mermo cantano um dia intêro num menajo todos não 
mermo cantano um dia intêro nun menajo meus irmão... 
  
Violêro
Tom :Dm 
( Dm     C  Bb  C   Dm ) 
Vô cantá no canturi primeiro / as coisa lá da minha mudernage 
( Gm   Dm   Bb C Dm )
Qui mi fizero errante e violêro / eu falo sério e num é vadiage 
 ( Gm  Dm   C  F  )
I pra você qui agora está me ôvino / juro até pelo Santo Minino 
 ( Bb    C  F  G    Dm  )
Vige Maria qui ôve o qui eu digo / si fô mintira me manda um castigo 
      (  C        G      Dm   Bb  C Gm ) 
?  Apois pro cantadô i violêro / só hai trêis coisa nesse mundo vão 
     ( Dm C Bb      C    F     C    Dm ) 
?  Amô, furria, viola, nunca dinhêro 
       ( C     Gm          A  Dm ) 
?  viola, furria, amô, dinhêro não      2X 
 ( Dm  C        Bb     C   Dm ) 
Cantadô di trovas i martelo / di gabinete, ligeira i moirão 
 ( Gm   Dm    Bb      C  Dm )
Ai cantadô já curri o mundo intêro / já inté cantei nas portas de um castelo 
 ( Gm  Dm   C  F ) 
Dum rei qui si chamava di Juão / pode acreditá meu companhêro 
( Bb    C  F  G    Dm ) 
Dispois di tê cantado u dia intêro / o rei mi disse fica, eu disse não 
  
  ( Dm  C  Bb  C   Dm ) 
Si eu tivesse di vivê obrigado / um dia inhantes desse dia eu morro 
 ( Gm   Dm   Bb C Dm ) 
Deus feiz os hóme e os bicho tudo fôrro / já vi iscrito no Livro Sagrado 
  ( Gm  Dm    C  F ) 
Que a vida nessa terra é u'a passage / i cada um leva um fardo pesado 
  ( Bb  C  F        G      Dm ) 
É um insinamento que derna a mudernage / eu trago bem dent' do coração guardado 
 ( Dm  C  Bb  C   Dm ) 
Tive muita dô di num tê nada / pensano qui êsse mundo é tud' tê 
( Gm   Dm    Bb C Dm ) 
Mais só dispois di pená pelas istrada / beleza na pobreza é qui vim vê 
 ( Gm  Dm     C  F ) 
Vim vê na procissão lôvado-seja / i o malassombro das casa abandonada 
 ( Bb  C  F      G   Dm ) 
Côro di cego nas porta das igreja / i o êrmo da solidão das istrada 
  
  ( Dm  C  Bb  C   Dm ) 
Pispiano tudo du cumêço / eu vô mostrá como faiz o pachola 
( Gm   Dm   Bb C Dm ) 
Qui inforca u pescoço da viola / rivira toda moda pelo avêsso 
 ( Gm  Dm   C  F ) 
I sem arrepará si é noite ou dia / vai longe cantá o bem da furria 
 (Bb  C  F  G   Dm ) 
Sem um tostão na cuia o cantadô / canta inté morrê o bem do amô 
   
Louvação 
Tom: F
(F   G   C) 
Acho que já tá na hora de fazer a lôvação 
dos senhor e das senhora que se encronta no salão 
também pus qui lá di fora nos assunta proteção 
  
  
O dono da casa eu lôvo nessa lôvação primeira 
no dia do casamento acudiro todo o povo 
cum grande contentamento o povo da terra intêra 
  
  
A noiva cum seu vestido custurado sem imenda 
sem custura foi tecido por sê ele cheio di prenda 
a aranha tem fio comprido caipora teceu a renda 
no dia do casamento vem gente de todo lado 
só num vem a viola minha porque num anda sozinha 
nem o rei com a rainha porque num foi cunvidado 
  
  
Acho que já tá na hora de fazer a lôvação 
dos senhor e das senhora que se encronta no salão 
também pus qui lá di fora nos assunta proteção 
   

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